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Passo a passo paredes de concreto – Característica do Concreto

Saiba sobre Passo a passo paredes de concreto – Característica do Concreto

Passo a passo paredes de concreto – Característica do Concreto

Com a forma toda montada e conferida, chegamos no momento mais esperado da obra: a concretagem.

Por ser um dos principais insumos da obra de paredes de concreto, assim como a forma, o concreto deve ter uma atenção especial em todas as etapas, desde a escolha do fornecedor, a especificação do concreto, a concretagem até a cura. Como o concreto responde pela qualidade e durabilidade estrutural do sistema, sua escolha é de extrema importância. É necessário que ele tenha uma boa resistência (pois a desforma é feita em após no máximo 14h da concregaem), boa trabalhabilidade com alta fluidez e baixa retração. Como as paredes e lajes são concretadas simultaneamente, é necessário que seja especificado todas as características necessárias para cada uma das peças no mesmo concreto. As tolerâncias executivas são compatíveis com a precisão do sistema e com a necessidade de não introduzir flexões causadas por excentricidades. Normalmente se admitem imperfeições máximas de 10% da espessura da parede, limitadas a 1 cm.

Hoje o concreto auto-adensável é o mais recomendado e utilizado para o sistema. Por ser muito plástico, ele apresenta uma grande fluidez e também uma alta trabalhabilidade, não sendo necessário assim o adensamento mecânico (vibração). Seu princípio fundamental é fluir sem segregar, por isso mesmo ele requer cuidados maiores que um concreto convencional. O costume que existe de se corrigir a consistência do concreto com água na obra não é nem um pouco recomendável, pois há um grande risco de segregação e também da alteração de água/cimento.

As especificações padrões do concreto auto-adensável são:

FCK em média de 25MPA;

Brita 0 (granulometria máxima do agregrado graúdo de 12,5 a 19,00mm;

Mínimo de 300g de fibra de prolipropileno por m³;

Slump médio 23 +/- 2cm;

Flow mínimo de 700 +/- 50mm;

Resistência na desforma com 12h de 3,0 MPA;

Consumo mínimo de cimento de 330kg/m³;

Relação água/cimento menor ou igual a 0,6;

Módulo de deformação Ec (tangente) maior ou igual a 28 Gpa.

É preciso enxergar o concreto auto-adensável como um sistema construtivo, e não só como um insumo isolado.

Quais os materiais utilizados para fazer o concreto auto-adensável?

Os materiais utilizados são iguais aos de concreto convencional: cimento, areia, brita, água, adições e aditivos químicos. A maior diferença vai estar ligada nas proporções de cada componente. A formulação de concretos fluidos e resistentes à segregação é uma evolução tecnológica, fruto da pesquisa aplicada ao uso de aditivos superplastificantes e modificadores combinados com alto teor, sejam eles cimento Portland, adições minerais etc. Os aditivos usados na formulação do traço reduzem a água de amassamento ao mesmo tempo que melhoram a fluidez. O cuidado especial está em estudar a compatibilidade entre o aditivo e o cimento, visto que existe uma interação química entre estes dois materiais. É importante, antes de sua utilização, estudar ajustes para uma dosagem adequada a cada caso: cimento/aditivo/agregados (carta de traço).

O grande diferencial desse tipo de concreto é o fato de ser produzido com uma quantidade maior de agregados finos em relação aos agregados graúdos, além de consumir maior quantidade de cimento e adição mineral quimicamente ativa, como a sílica ativa, ou inerte como o filler calcário. Tanto o aumento de agregados finos como o aumento do consumo de cimento serve para incrementar a quantidade de materiais finos, pois no concreto auto-adensável este aumento melhora consideravelmente diversas propriedades do produto final, tanto no estado fresco quanto no endurecido, desde o aumento da coesão da pasta quanto o aumento da resistência inicial. Também é imprescindível a utilização de aditivos superplastificantes, que conseguem aumentar o espalhamento do concreto (dispersando as partículas de cimento) sem prejudicar a resistência.

Nesse sentido, os materiais específicos para a sua produção, podem ser resumidos em:

1. Aditivos químicos

Aqui, especificamente, falamos dos aditivos superplastificantes à base de policarboxilato, cuja principal função é ser um potente redutor do volume de água do concreto, garantindo maior fluidez e resistência. Também podem ser incorporados modificadores de reologia que agregam maior coesão ao concreto.

2. Sílica ativa

Dentre as adições minerais a que mais se destaca é a sílica ativa, pois pode beneficiar o concreto de duas maneiras, tanto física quanto quimicamente. A primeira é devido ao efeito microfiller, pois suas partículas são menores do que as do cimento, proporcionando maior coesão ao concreto e diminuindo sua porosidade. O benefício químico se da pelo fato da sílica ser rica em dióxido de silício amorfo, capaz de formar o gel CSH (silicato de cálcio hidratado) ao reagir com o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) formado durante a hidratação do cimento. Esse gel CSH é o mesmo produto resultante da reação do cimento com a água, por isso que a sílica ativa também auxilia a resistência e durabilidade do concreto.

3. Agregados miúdos

Neste caso, tratam-se, basicamente, de areias das mais variadas procedências: naturais (margens de lagos, rios e bancos de areia) ou artificias (obtidas por processos industriais). Normalmente a areia artificial é mais utilizada, devido a sua forma esférica e pelo seu módulo de finura ser menor (maior quantidade de finos).

4. Agregados graúdos

Preferencialmente é indicado trabalhar com agregados graúdos com forma esférica, a fim de não prejudicar a trabalhabilidade, com dimensão máxima compreendida entre 12,5 mm e 19 mm.

5. Cimento

Podem ser utilizados os mesmos cimentos utilizados nos concretos convencionais, desde que atenda os critérios de resistência. Normalmente o mais utilizado é o cimento de alta resistência inicial (CPV ARI), por ser mais fino e apresentar maiores resistências iniciais. Entretanto, é importante se atentar ao alto calor de hidratação liberado por esse tipo de cimento, podendo causar fissuras de origem térmica.

Qual a norma que regulariza o CAA?

Os procedimentos para a produção do concreto auto-adensável e a melhor forma de utilizá-lo estão devidamente contemplados na NBR 15823 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que, resumidamente, procura adequá-lo à Norma de Desempenho (NBR 15575), responsável por elencar as exigências para a concretagem (principalmente de paredes), mas com atenção especial para a “resistência ao fogo, desempenho térmico e acústico”.

Além disso, a norma avalia o concreto em estado fresco (antes que haja o endurecimento), para o seu “controle, classificação e aceitação” (NBR 15823/2010) e basicamente trata de:

Fluidez, viscosidade e estabilidade: por meio de um estudo de espalhamento (t500) e pelo indicativo de estabilidade visual;

Bombeamento: determinando o controle do bombeamento para concreto auto-adensável (preparados ou recebidos no local da obra);

O caráter rastreável do material em superfícies horizontais, através de mapeamentos;

Resistência: nesse caso, resistência à desagregação dos seus elementos constituintes, que determinam o caráter homogêneo e a qualidade do concreto;

Definição da habilidade passante;

Relatório: com a identificação das amsotras utilizadas para a verificação e classificação dos componentes do concreto, data e hora dos testes, temperatura durante os teste, capacidade de resistir à segregação, possíveis alterações encontradas no material e nos equipamentos necessários, entre outas providências.

Após a definição e contratação do concreto, semana que vem começaremos o passo a passo da concretagem, desde o recebimento do concreto até a sua cura.


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