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Sistema Paredes de Concreto – Fissuras

Saiba sobre Sistema Paredes de Concreto – Fissuras

Sistema Paredes de Concreto – Fissuras

As fissuras surgem principalmente em decorrência da variabilidade das condições térmicas e das retrações e pressões sobre a estrutura, entre outros fatores. A norma NBR 6118 permite fissuras no concreto, desde que sua abertura esteja dentro dos limites por ela estabelecido. Todo sistema construtivo que envolve concreto pode apresentar fissuras. O importante é identificarmos o motivo do seu surgimento e sua importância: se é um problema estrutural ou apenas estético.

Elas ocorrem por uma ação que tem como nome comum “coação”. Ou seja, a estrutura é forçada a coagir com a expansão ou contração volumétrica devido a duas causas principais: a) retração e b) variação de temperatura. Todas dependem da resistência à tração do concreto e na sua ausência da armadura incorporada na parede, com o objetivo de que esta fissura tenha aberturas aceitáveis (até 0,3mm em geral). O problema é que se a parte da retração ocorre no estado ainda plástico do concreto onde a resistência à tração é próxima de zero e por consequência a adesão entre o concreto e a armadura também são muito baixas, expondo sobremaneira a parede de concreto por não poder contar com a resistência à tração e nem com a armadura de aço.

Pode-se, em parte, diagnosticar que estas fissuras apresentam-se em grande parte nas regiões enfraquecidas pela presença de “conduítes” embutidos, onde a capacidade de resistência à tração das paredes é bastante reduzida, em paredes de grande extensão sem juntas ou em paredes com baixa taxa de armadura horizontal. Uma outra causa é a existência de juntas frias entre a fundação e a parede, onde o desenvolvimento da retração da parede se dá em um momento diferente da fundação. É desejável ter uma frente de trabalho executando a fundação bem à frente da execução das paredes, porém, esta defasagem no tempo pode causar alguns contratempos se não for devidamente planejada.

Importantes medidas a serem tomadas estão sob a responsabilidade do tecnologista de materiais, que com a sua experiência recomendará o melhor traço para as condições ambientais (temperatura, vento, umidade, etc) da região na obra e desenvolverá um traço que melhor atenda estas situação. Sabe-se que a adição de fibras sintéticas em pequena quantidade produz um benefício neste aspecto, talvez por permitir que a água em excesso saia com mais facilidade, evitando parte da fissuração plástica. Uma cura adequada também seria desejável para que ocorresse a perda d’água mais controlada. Depois que o concreto se consolidou, atingindo uma resistência acima de 10MPa, pode-se dizer que convencionalmente a cura tem pouca eficiência e o controle da fissuração é mecânico, ou seja, evitado ou controlado pela resistência à tração e pela armadura existente.

Quanto à cura, pela rapidez do processo construtivo temos muitas paredes sendo curadas simultaneamente, o que, em princípio, inviabiliza uma cura úmida bem-feita. O ideal é trabalhar com a cura química, observando sempre se há resíduo do produto nas paredes, para não influenciar na aderência do revestimento.

Além disso, observamos também duas causas mecânicas para o aparecimento de fissuras: desforma com muito impacto, provocada pelo uso deficiente do desmoldante ou pela utilização de ferramentas inadequadas para a retirada das fôrmas, principalmente nos cantos de janela e linha de espaçadores (faquetas, gravatas ou cones); e a existência de vibrações no terreno nos primeiros dias, causadas, por exemplo, por impactos nas paredes ou terraplanagem com rolo vibratório.

Como tratá-las?

Apesar dos cuidados anteriores, algumas obras apresentam fissuras devido a mudanças bruscas de temperatura, por vibração excessiva (caminhões pesados que passam perto de estruturas, usinas de energia, equipamentos de construção pesada) ou por pequenos assentamentos do solo. Para tratar e reparar as fissuras logo depois da desforma, siga estes passos:

a) Quando a fissura for menor ou igual a 1mm de largura, deve-se tapar com um tipo de massa flexível, recomendada para pequenas fissuras.

b) Quando a fissura for maior que 1 mm de largura, deve-se tapar com um reparo estrutural flexível de maior penetração, recomendado para as fissuras mais críticas.

Em resumo, estudando o traço do concreto ideal, executando a cura do mesmo, tendo um projeto pensado para o sistema e tomando cuidado na montagem da armadura, instalações elétricas e do sistema de forma, a chance de existir fissuras em sua obra diminui consideravelmente.


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